Tarcísio toma invertida de ministro após tentar enganar e culpar Lula por apagão em SP

 

Alexandre Silveira e Tarcísio de Freitas. Foto: Divulgação

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), fez críticas contundentes ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após uma publicação deste nas redes sociais. Ele afirmava que a concessão de energia elétrica no estado é uma responsabilidade federal, o que gerou uma série de reações.

Ele lembrou em sua publicação que a atual composição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela fiscalização da Enel, foi nomeada durante o governo anterior, no qual Tarcísio foi um destacado integrante.

“Sobre as falhas da Enel em São Paulo: gostaria de lembrar ao governador Tarcísio, que a atual composição da Aneel, entidade responsável pela fiscalização da Enel, foi nomeada com mandato, pelo governo anterior, do qual ele foi destacado integrante”, escreveu Silveira.

Por sua vez, Tarcísio adotou um tom mais contido em sua resposta, enfatizando que a responsabilidade pela concessão de energia elétrica cabe ao governo federal. “A concessão de energia elétrica em São Paulo é federal, sendo o Ministério de Minas e Energia e a Aneel os representantes do poder concedente. A eles cabe regular, controlar, fiscalizar e garantir que o serviço prestado esteja adequado”, afirmou o governador.

As declarações de ambos os políticos ocorrem em meio a um embate eleitoral intensificado pelo apagão que afetou a cidade após chuvas fortes e ventos na última sexta-feira (11). Candidatos como Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) também entraram na discussão, trocando acusações nas redes sociais.

Guilherme Boulos e Ricardo Nunes. Foto: Divulgação

Esse não é o primeiro desentendimento entre Silveira e Tarcísio relacionado à Enel. Em abril, o governador havia sugerido a caducidade do contrato da concessionária, um mecanismo que permite a extinção do contrato. Embora o ministro tenha comentado sobre o assunto, ele negou que a proposta tenha partido do governador.

Entretanto, em uma reviravolta, o presidente Lula (PT) expressou disposição para renovar o contrato com a Enel durante uma visita ao G7 na Itália, após a empresa se comprometer a aumentar seus investimentos no Brasil.

“Estamos conversando com eles [Enel] porque estamos dispostos a renovar os acordos, se eles assumirem compromisso de fazer o investimento”, afirmou Lula, ressaltando que a Enel prometeu investir R$ 20 bilhões nos próximos três anos.

Na sexta-feira em questão, Silveira, mesmo em férias, participou de um evento em Roma ao lado de Alberto Paoli, diretor da Enel para o resto do mundo, horas antes de um novo apagão que deixou mais de 2 milhões de paulistanos sem luz. No fim de outubro do ano passado, a cidade também enfrentou um apagão que durou cinco dias, causando transtornos e prejuízos significativos.

Ministério fará força-tarefa com concessionárias do país para restabelecer energia em SP

Agente da CET controla trânsito no cruzamento da avenida Brigadeiro Luis Antônio com a avenida Paulista durante apagão. Foto: Matheus Moreira/g1

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, convocou a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para apresentar um plano de contingência para restabelecer a energia em São Paulo. Em um documento publicado no domingo (13), o ministro deixou claro que exigirá a “colaboração de todas as concessionárias” para enfrentar a crise energética resultante das fortes chuvas que atingiram a região. O presidente da Aneel, Sandoval Feitosa Neto, deve apresentar o plano às 14h de segunda-feira (14), em um encontro presencial na capital paulista.

Silveira expressou sua determinação em não admitir “qualquer omissão” por parte da agência reguladora e ordenou que a Aneel se reúna com a Enel e outras distribuidoras de energia elétrica para discutir ações emergenciais. A intenção é elaborar um plano de ação para a rápida resolução da situação que afeta a população de São Paulo e sua região metropolitana.

Uma reunião entre a Aneel e os representantes das empresas está programada para a noite deste domingo, com a participação de empresas como Neoenergia Elektro, EDP São Paulo, Energisa Sul-Sudeste e outras, para discutir a mobilização de recursos e ações coordenadas.

Para reforçar a resposta à crise, o ministro também está articulando a vinda de equipes de distribuição e transmissão de energia de outros estados, semelhante ao que foi feito durante a catástrofe no Rio Grande do Sul em maio. Essa mobilização deve incluir centenas de eletricistas e equipamentos para acelerar o restabelecimento da energia na região.

Atualmente, cerca de 760 mil clientes da Enel em São Paulo continuam sem energia, mais de 43 horas após o apagão que ocorreu na noite de sexta-feira (11). Segundo a Aneel, aproximadamente 2,6 milhões de consumidores foram afetados, dos quais 2,1 milhões pertencem à área de concessão da Enel, o que intensifica a pressão sobre a concessionária e a agência reguladora.

Ricardo Nunes e presidente da Enel, Guilherme Gomes Lencastre. Foto: Reprodução

O episódio gerou um novo embate entre o Ministério de Minas e Energia e a Aneel, com críticas de Silveira à atuação da agência. O ministro destacou que a Aneel não encaminhou o pedido de caducidade do contrato da Enel, solicitado pelo governo federal há um ano. O governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes também se manifestaram, exigindo o fim do contrato com a empresa, evidenciando a insatisfação da população com os serviços prestados.


Fonte: DCM 

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