Parceria entre Uema Caxias e Fapema incentiva pesquisa em tecnologias sustentáveis para produção de hidrogênio verde


Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), em parceria com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), está desenvolvendo tecnologias para produção de hidrogênio combustível com baixo custo, alta eficiência energética e sustentabilidade. O estudo, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), foi contemplado pelo edital nº 12/2022 – Apoio a Pesquisas no Porto do Itaqui, e conta com o suporte da Direção do Campus.

O projeto é conduzido no novo Laboratório de Física Aplicada a Energias Renováveis, ligado ao curso de Física Licenciatura da Uema Campus Caxias. A pesquisa está sob a liderança dos professores doutores Juliermes Carvalho, Ediomar Serra e João Porto, e também envolve um técnico bolsista BATI – Bolsa de Apoio Técnico Institucional (Júlio César Carvalho) e quatro alunos bolsistas PIBIC – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Ana Carolina, Pedro Henrique, Sandro Gaspar e Quezzia Thayonara), do curso de graduação em Física. Adicionalmente, o projeto conta com o suporte do Laboratório Multiusuário de Raios-x do PPGF/UFPI, coordenado pelo prof. dr. Cleânio Lima, e do Laboratório do Grupo de Eletroquímica e Corrosão do PPGQ/UFC, coordenado pelo prof. dr. Pedro de Lina Neto.

Liderada pelo prof. dr. Juliermes Carvalho, a pesquisa foca no desenvolvimento de novos materiais catalisadores baseados em revestimentos de níquel e suas ligas, obtidos através da técnica de eletrodeposição com solventes biodegradáveis. Desde o início, o projeto teve uma orientação sustentável e tecnológica voltada para uma produção de energia limpa. O professor Juliermes destaca a importância de novas energias: “Existe uma necessidade crescente de alternativas aos combustíveis fósseis para atender as demandas de uma sociedade cada vez mais tecnológica e reduzir as emissões de carbono na atmosfera, ajudando a mitigar os impactos do aquecimento global”, afirma.

Nesse contexto, o hidrogênio verde assume um papel essencial na transição energética, oferecendo uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis. O hidrogênio é geralmente obtido a partir da água por meio da eletrólise, um processo eletroquímico que separa as moléculas de hidrogênio e oxigênio. Quando alimentado por energia renovável (solar, eólica, biomassa, entre outras), o hidrogênio produzido é considerado “verde”, o que contribui para a redução significativa das emissões de gases do efeito estufa. O professor Juliermes ressalta, porém, que, “mesmo com o uso de energia renovável, o custo energético da eletrólise ainda limita a produção de hidrogênio em larga escala, um problema estudado globalmente por diversas áreas de pesquisa”.

Os resultados laboratoriais da equipe já confirmaram que a produção de hidrogênio verde por eletrólise da água, utilizando novos eletrocatalisadores nanoestruturados de baixo custo à base de revestimentos de níquel ligados a elementos mais nobres (como Fe, Co ou In) e alimentados por energia solar, apresentou alto desempenho energético (abaixo de 65 mV em 10 mA/cm²) e alta estabilidade eletroquímica em operação contínua por 120 horas.

“Em comparação com os eletrocatalisadores tradicionais de níquel (180 mV em 10 mA/cm²), nossos catalisadores são 2,77 vezes mais eficientes, o que representa uma importante contribuição científica para a transição energética do Maranhão e do Brasil”, explica o professor Juliermes. Os pesquisadores acreditam que esses avanços oferecem novas perspectivas para o crescimento econômico do país, consolidando sua posição como líder em tecnologias limpas e sustentáveis.


Fonte: ASCOM/UEMA

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