Justiça condena Globo a pagar R$ 150 mil a mulher presa por engano

A Rede Globo foi condenada a pagar R$ 150 mil a uma mulher que teve a imagem divulgada em reportagem sobre a prisão de traficantes de Paulina, no interior de São Paulo, em 2018. Presa por engano, ela foi apontada como responsável pelo controle financeiro da quadrilha na emissora. A informação é da coluna de Rogério Gentile no UOL.

Na ação, aberta contra a Globo e a EPTV (emissora afiliada de Campinas), os advogados da mulher dizem que ela foi presa por engano e solta pouco depois do episódio. A defesa ainda mostrou sua ficha sem antecedentes criminais e afirmou que ela é “uma pessoa humilde e honesta, que nunca praticou sequer uma contravenção penal”.

“Em ato de extrema imprudência e irresponsabilidade jornalística, a reportagem induziu milhares de pessoas a acreditar que ela era, de fato, a pessoa que fazia todo o controle financeiro da quadrilha”, afirmou Gustavo Pereira da Silva, advogado da mulher, à Justiça. Ele ainda relata que ela passou a ser insultada nas ruas e discriminada pela própria família após a reportagem.

No processo, a Globo e a EPTV afirmaram que “a matéria jornalística se limitou a retratar o que aconteceu” e que não emitiram nenhum juízo de valor sobre o caso. O juiz responsável pela condenação, Lucas Evangelinos, argumentou que as emissoras violaram compromisso ético e não suprimiram a imagem da mulher na reportagem.

“Se, na época, supostamente, havia alguma fundamentação para atribuir autoria delitiva à requerente, hoje, certamente, não há. A manutenção do vídeo sem edição é um claro abuso de direito”, aponta o magistrado.


Fonte: DCM

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