Relógio de D. João VI destruído por bolsonarista no 8/1 é restaurado na Suíça e voltará ao Brasil

 

Bolsonarista joga o relógio ao chão durante atos terroristas em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. Foto: reprodução

O relógio do século 17, danificado durante os atos terroristas promovidos por bolsonaristas no dia 8 de janeiro de 2023 no Palácio do Planalto, em Brasília, está prestes a retornar ao Brasil após ser restaurado na Suíça.

A peça histórica, criada pelos relojoeiros Balthazar Martinot e André Boulle, foi trazida ao Brasil por D. João VI em 1808, como um presente da corte francesa à família real portuguesa. Balthazar Martinot, relojoeiro do rei Luís XIV, fabricou apenas duas dessas peças.

Enquanto o relógio brasileiro passou por restauração, seu par está em exibição no Palácio de Versalhes, na França, e possui metade do tamanho da versão brasileira.

Após o ataque, a Embaixada da Suíça se ofereceu para ajudar na restauração, devido à experiência histórica do país em relojoaria. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, considerou essa colaboração uma “honraria” para o Brasil.

A iniciativa contou com apoio do Ministério da Cultura, da Presidência da República e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Especialistas suíços e brasileiros, incluindo relojoeiros, curadores e artesãos, examinaram o relógio em maio de 2023 no Brasil, antes de transportar as partes para a Suíça em dezembro do mesmo ano.

Segundo o embaixador suíço Pietro Lazzeri, a restauração está “praticamente concluída” e a devolução deve ocorrer entre dezembro e janeiro, acompanhada de uma cerimônia coordenada pela Presidência e com participação de Janja.

“A restauração está praticamente concluída e vamos devolver nas próximas semanas, acredito que em dezembro ou janeiro no máximo, com uma cerimônia. Vamos fazer tudo seguindo a Presidência, em coordenação com a Janja, que pegou esse tema”, afirmou o embaixador.

Quem destruiu o relógio?

A destruição do relógio foi causada pelo bolsonarista Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 32 anos, que estava entre os militantes que vandalizaram as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. Vestindo uma camiseta com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Ferreira danificou a peça.

Em junho, o Supremo Tribunal Federal o condenou a 17 anos de prisão por crimes como associação criminosa armada, golpe de Estado, e dano ao patrimônio público. Ele e outros réus foram condenados a pagar uma indenização coletiva de R$ 30 milhões pelos danos causados.

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