A luta de Luciana para manter a filha viva durante apagão em São Bernardo do Campo

Heloísa ao lado da mãe Luciana. Foto: Divulgação

A comerciante Luciana Nietto, moradora de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, enfrenta uma situação crítica desde a última sexta-feira (11), quando um forte temporal causou a interrupção do fornecimento de energia elétrica em diversos bairros.

A filha de Luciana, Heloísa, de 18 anos, foi diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença genética rara, e depende de aparelhos médicos, como um respirador, para sobreviver. Desde então, a família está sem luz, e o bairro Vila Santa Luzia, onde moram, segue com interrupção no serviço da Enel.

Com o respirador de Heloísa funcionando por meio de um nobreak com autonomia limitada, Luciana precisou improvisar para garantir o funcionamento dos aparelhos. A comerciante conectou o nobreak a cinco extensores para puxar energia do carro. “Ela só consegue ficar alguns segundos sem o respirador. Cerca de 10 segundos. Assim que o respirador desconecta a saturação dela começa a cair. Ela depende da energia”, relatou Luciana.

Após inúmeras ligações para a Enel, que totalizaram mais de 40 horas de espera, a equipe técnica só compareceu no domingo (13). Durante esse período, a comerciante recorreu à ajuda de um vizinho, que permitiu puxar energia de sua casa, já reestabelecida.

Luciana conectou respirador no carro para manter aparelho da filha. Foto: Divulgação

A instalação emergencial foi feita por um eletricista contratado às pressas. “Foi a saída que encontramos. A vida dela depende de energia elétrica, desabafa Luciana, que também precisa administrar outros aparelhos como oxímetro e bombas de infusão.

Além da preocupação com o respirador, os medicamentos de Heloísa, que precisam de refrigeração, também estavam em risco. Apesar de a Enel ter disponibilizado um gerador temporário, ela optou por não utilizá-lo, já que conseguiu energia por meio do improviso. Segundo a concessionária, o problema no bairro deve ser solucionado até a quarta-feira (16).

A crise de energia na região metropolitana de São Paulo já afeta cerca de 900 mil consumidores, sem previsão concreta de quando o fornecimento será restabelecido, segundo a Enel. A empresa informou que tem priorizado hospitais e clientes que dependem de aparelhos essenciais à vida, como é o caso da família de Luciana.

Fonte: DCM 

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