SES já confirmou 18 casos de febre oropouche este ano no MA, três em Caxias

A Secretaria Estadual de Saúde (SES), confirmou 03 casos em Caxias, sendo duas crianças de 10 anos e uma mulher de 43 anos. 

Inseto conhecido como Culicoides paraensis (maruim ou mosquito pólvora)

No Maranhão, já foram registrados 18 casos da doença. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou mais de 7,2 mil casos neste ano de 2024 em 20 estados brasileiros, sendo a maior parte no Amazonas e Rondônia. Desconhecida por uma parcela significativa da população, a Febre Oropouche pode trazer graves consequências para a saúde, levando inclusive à morte do paciente caso a doença não seja tratada devidamente.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES), confirmou 03 casos em Caxias, sendo duas crianças de 10 anos e uma mulher de 43 anos. O que a vigilância traz como hipótese é a mudança do perfil climático que o país vem sofrendo e, consequentemente, acontece a mudança do perfil epidemiológico de algumas doenças. Esse vírus que era comum da região amazônica agora vem se espalhando para o restante do país.

De acordo com o Ministério da Saúde, a Febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. A transmissão é feita principalmente pelo inseto conhecido como Culicoides paraensis (maruim ou mosquito pólvora). Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias e, quando este pica uma pessoa saudável, pode transmitir o vírus. 

O Aedes aegypti, por exemplo, é 20 vezes maior do que o maruim. Os sintomas da Febre Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya, como dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.

O mais grave é que o Brasil registrou duas mortes por Febre do Oropouche no estado da Bahia, sendo que há um óbito em investigação no estado do Espírito Santo. Até então, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de mortes pela doença, segundo o Ministério. 

Sintomas

Os sintomas da febre do Oropouche, de acordo com o ministério, são parecidos com os da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. “Nesse sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle”, alerta a pasta.

O quadro clínico agudo, segundo a pasta, evolui com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Casos com acometimento do sistema nervoso central (como meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.

Ainda de acordo com o ministério, parte dos pacientes (estudos relatam até 60%) pode apresentar recidiva, com manifestação dos mesmos sintomas ou apenas febre, cefaleia e mialgia após uma ou duas semanas a partir das manifestações iniciais. “Os sintomas duram de dois a sete dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves”.

Diagnóstico

O diagnóstico da febre do Oropouche é clínico, epidemiológico e laboratorial e todos os casos positivos devem ser notificados. Além de ser de notificação compulsória, a doença também é classificada pelo ministério como de notificação imediata, “em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública”.

Tratamento

Não há tratamento específico para a febre do Oropouche. A orientação das autoridades sanitárias brasileiras é que os pacientes permaneçam em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico. Em caso de sintomas suspeitos, o ministério pede que o paciente procure ajuda médica imediatamente e informe sobre uma exposição potencial à doença.

Prevenção

Dentre as recomendações citadas pela pasta para prevenir a febre do Oropouche estão:

- Evitar o contato com áreas de ocorrência e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores.

- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.

- Limpar terrenos e locais de criação de animais.

- Recolher folhas e frutos que caem no solo.

- Usar telas de malha fina em portas e janela

Transmissão vertical e microcefalia

Apenas em julho, o ministério publicou duas notas técnicas voltadas para gestores estaduais e municipais envolvendo a febre do Oropouche. Uma delas recomenda intensificar a vigilância de casos e alerta para a possibilidade de transmissão vertical da doença, que acontece quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê, durante a gestação ou no parto.

Em junho, a Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas analisou amostras de soro e líquor armazenadas na instituição, coletadas para investigação de arboviroses e negativas para dengue, chikungunya, zika e vírus do Nilo Ocidental. Nesse estudo, foi detectado em quatro recém-nascidos com microcefalia a presença de anticorpos contra o vírus da febre do Oropouche. “Essa é uma evidência de que ocorre transmissão vertical do vírus, porém, limitações do estudo não permitem estabelecer relação causal entre a infecção pelo vírus durante a vida uterina e malformações neurológicas nos bebês”, destacou o ministério do documento.

No mês passado, a investigação laboratorial de um caso de óbito fetal com 30 semanas de gestação identificou material genético do vírus da febre do Oropouche em sangue de cordão umbilical, placenta e diversos órgãos fetais, incluindo tecido cerebral, fígado, rins, pulmões, coração e baço. “Essa é uma evidência da ocorrência de transmissão vertical do vírus. Análises laboratoriais e de dados epidemiológicos estão sendo realizadas para a conclusão e classificação final desse caso”, informou a pasta no mesmo documento


Da Redação Aldeias Altas News com informações Agência Brasil 

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