Em 2023, a economia brasileira apresentou um crescimento acumulado de 2,9% no Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE) nesta sexta-feira (1). O valor é três vezes o resultado previsto no inÃcio do ano passado.
No último trimestre do ano, o PIB permaneceu estável em relação aos três meses anteriores, segundo o IBGE – a previsão mediana dos analistas era de uma variação de 0,1%, conforme indicado pela Bloomberg.
O contexto econômico de 2023, marcado pelo primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi influenciado positivamente pelo desempenho do setor agropecuário, especialmente no inÃcio do ano. O desempenho é superior ao observado no inÃcio do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2019, e também ao longo do primeiro ano de governo de Michel Temer e de Dilma Rousseff 2.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Reprodução) |
Confira a seguir uma lista com o desempenho dos primeiros anos de mandatos de outros presidentes:
FHC 1 (1995): 4,2%
FHC 2 (1999): 0,5%
Lula 1 (2003): 1,1%
Lula 2 (2007): 6,1%
Dilma 1 (2011): 4%
Dilma 2 (2015): -3,6%
Temer: (2017): 1,3% (ele assumiu em maio de 2016, quando teve inÃcio o processo de impeachment de Dilma)
Bolsonaro (2019): 1,2%
Lula 3 (2023): 2,9%
Retomada do trabalho e Bolsa FamÃlia
Esse crescimento foi impulsionado não apenas pela expansão da safra agrÃcola, mas também pela retomada do mercado de trabalho e por medidas governamentais, como a transferência de recursos via Bolsa FamÃlia para as camadas mais pobres da população. No entanto, o alto patamar dos juros representou um obstáculo para um avanço mais expressivo do consumo, uma vez que o ciclo de cortes da taxa básica, a Selic, só começou em agosto.
Com os juros altos e o término da safra de grãos, a economia deu sinais de desaceleração na segunda metade de 2023. Apesar disso, o PIB encerrou o ano passado com um desempenho superior ao inicialmente projetado pelos analistas, que esperavam um crescimento de apenas 0,8% para o acumulado de 2023 no final de 2022.
Projeções para 2024
Para 2024, as projeções indicam uma desaceleração da atividade econômica. Analistas do mercado preveem um avanço de 1,75% para o PIB, segundo a mediana da edição mais recente do Boletim Focus, publicada pelo Banco Central. Essas estimativas têm aumentado ao longo do tempo, pois, no final de 2023, o mercado esperava um crescimento de 1,52% para o PIB de 2024.
No entanto, é importante ressaltar que a economia brasileira pode não contar com o mesmo impulso do setor agropecuário em 2024, devido a fenômenos climáticos extremos que afetaram a produção no campo, como ondas de calor, seca e tempestades em algumas regiões produtoras nos últimos meses. Por outro lado, o ciclo de queda dos juros é visto como um possÃvel estÃmulo para o consumo em 2024, incluindo o consumo de bens de maior valor agregado, que são dependentes de financiamentos.
Fonte: DCM